A Guerra na Ucrânia: Interesses Ocultos e Lucros Corporativos
- Erik Fernandes Caires
- 19 de mar.
- 2 min de leitura

A guerra na Ucrânia, que já custou milhares de vidas e devastou a economia do país, se tornou um palco para uma teia complexa de interesses políticos e corporativos. Enquanto a narrativa pública gira em torno da defesa da democracia e da solidariedade humanitária, há indícios de que grandes corporações e instituições financeiras estão lucrando com o conflito.
A Ucrânia, conhecida como o "celeiro da Europa", possui 70% de seu território composto por terras agrícolas altamente férteis, o que a torna um dos maiores produtores e exportadores de grãos do mundo.
No entanto, a guerra e as reformas impostas por credores internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, pavimentaram o caminho para que oligarcas locais e interesses estrangeiros, especialmente gigantes do agronegócio e fundos de investimento ocidentais, assumissem o controle dessas terras.
Os Estados Unidos, por exemplo, já injetaram cerca de US$ 175 bilhões em ajuda financeira para apoiar o esforço de guerra da Ucrânia. No entanto, grande parte desse dinheiro não deixa o país: ele é direcionado para grandes fabricantes de armas americanos, como Raytheon, General Dynamics, Boeing, Northrop e Lockheed Martin, conhecidos como os "Cinco Grandes" do complexo militar-industrial dos EUA. Essas empresas, por sua vez, têm grandes acionistas como BlackRock e Vanguard, que mantêm laços estreitos com o governo dos EUA.
A conexão entre o setor financeiro e o governo dos EUA é tão forte que ex-funcionários da BlackRock frequentemente assumem papéis importantes na administração pública, e vice-versa. Um exemplo emblemático é o de Eric van Nostrand, ex-funcionário da BlackRock, que foi nomeado Subsecretário do Departamento do Tesouro dos EUA para questões da Rússia e Ucrânia no início do conflito em 2022.
Além disso, há alegações de que a Ucrânia está usando sua estrutura econômica, particularmente suas terras agrícolas, como garantia para empréstimos que, segundo Robert Kennedy Jr., nunca serão pagos. Empresas como Dupont, Monsanto e Cargill, controladas por grandes corporações financeiras americanas, estariam se aproveitando do conflito para tomar controle dessas terras produtivas.
Em 2022, o governo ucraniano firmou um acordo com a BlackRock e o JPMorgan para coordenar os esforços de reconstrução do país quando o conflito terminar. Oficialmente, isso não custaria nada ao governo ucraniano, mas o custo total da reconstrução é estimado em mais de US$ 1 trilhão – cinco vezes o valor gasto no Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial.
Essa "reconstrução" não parece ser um esforço humanitário, mas sim uma estratégia para garantir que as mesmas instituições que lucraram com a destruição do país sejam celebradas como líderes da reconstrução, ao mesmo tempo em que consolidam o controle sobre os ativos e a estrutura econômica futura da Ucrânia.
Em resumo, a guerra na Ucrânia vai além das narrativas de solidariedade e democracia. Ela revela um jogo de poder e riqueza, onde interesses financeiros e políticos muitas vezes prevalecem sobre as vidas humanas. Enquanto corporações e governos consolidam seu poder, o povo ucraniano carrega o fardo mais pesado.
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